27 de outubro de 2009

Mostra de cinema de SP

Minha gente, ainda não consegui ver nenhum filme da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas recomendo! Se tiverem com um tempinho, tem muito filme bom, destes que não entram no circuito nem agora nem nunca, portanto, vale aproveitar: http://www.mostra.org/.

Se achar algum que interesse já compre logo, pois é quase sempre impossível comprar ingresso para estes filmes em cima da hora. Logo escrevo mais, espero que sobre algum filme da Mostra...

15 de outubro de 2009

Obrigada, Tarantino!

Sempre que um grande diretor lança um filme fico com medo de assisti-lo por sempre achar que posso me decepcionar demais por conta das outras sensacionais obras. Mas não, desta vez Tarantino só me deixou mais apaixonada por seu jeito louco e nerd de ser em seu Bastardos Inglórios. Louco e nerd pois ele mistura épocas, escolas e estilos diferentes de fazer cinema que deixa muito claro o quanto ele analisa e estuda esta arte.


O filme tem como tema central a França ocupada pelos nazistas em busca de judeus e está dividido em capítulos. O primeiro, diria que quase que o melhor (lá vem a dúvida de novo), mostra a execução de uma família de judeus pelas mãos do coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz, que rouba a cena de outros grandes atores o filme inteiro), deixando para traz apenas a jovem Shosanna Dreyfus (Mélaine Laurent). Ela foge para Paris e cria uma nova identidade como dona de um cinema. Paralelamente, o tenente americano Aldo Raine (Brad Pitt) reúne um grupo de bizarros soldados judeus para atormentar os nazistas, conhecidos como Os Bastardos. Shosanna quer vingança, Os Bastardos, derrubar os líderes do Terceiro Reich, e as histórias se encontram no mencionado cinema.

Sim, tem muito sangue no filme, cenas que causam uma certa náusea, mas o humor negro é espetacular, assim como seus personagens bem estereotipados. Além de Landa, com seu vilão ladrão de cena, Brad Pitt está impagável como um americano caipirão (as caretas e as poucas palavras ditas em italiano então, são de quase chorar de rir – ADORO Pitt em filmes de humor requintado, como o Queime Depois de Ler). Laurent também faz de seu personagem grandioso. Hitler e Joseph Goebbels, o Ministro do Povo e da Propaganda na Alemanha Nazista, também ganharam personagens bastante estereotipados, mesmo que secundários.

Para quem gosta de Tarantino (entre outros, Cães de Aluguel, Pulp Fiction e Kill Bill 1 e 2) vale muito mais que a pena, para quem não gosta muito daquela tela cheia de sangue, vale se esforçar pois o filme é bem feito, o tema e o roteiro são bem interessantes e os personagens são ótimos!


Bastardos Inglórios
Inglourious Basterds
EUA, 2009 - 153 min
Direção e roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Gedeon Burkhard, Jacky Ido, B.J. Novak, Omar Doom, August Diehl, Denis Menochet

8 de outubro de 2009

Brüno: graça sem graça

Confesso, estou longe de ser uma pessoa muitíssimo bem humorada e ainda mais longe de achar muita graça em coisas que acho muito estúpidas e inúteis. Então ficamos assim, se você costuma adorar comédia descarada, exploração do humor até as últimas conseqüências, desconsidere esta minha crítica, mas se não gosta muito de perder tempo com certas coisas... Vamos lá!

Já começo dizendo que não, não assisti, Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (EUA, 2006), aclamado pela crítica e pela maioria dos meus amigos homens – afinal homem costuma ter “mais” humor para estas coisas -, com roteiro do comediante Sacha Baron Cohen e com direção de Larry Charles, portanto, não tenho como fazer uma comparação entre este e o recém lançado Brüno, do mesmo comediante. Decidi assistir a este filme por pura curiosidade, uma vez que durante o período de estadia em Londres o filme era febre, via cartazes por todos os lados, claro que muito por marketing do sucesso do filme anterior e por ele ser um ator inglês.

Mas Brüno é um filme que, definitivamente, me deixou com a sensação de mal investimento de dinheiro e desperdício do fim de tarde do domingo com o namorado. Mais uma vez como roteirista e protagonista, Cohen agora é um repórter de TV austríaca com estereótipo de gay super exagerado que perde seu emprego e resolve tentar a vida nos EUA. Tira sarro de héteros, de homos, das bizarrices do mundo fashion, do conservadorismo, dos judeus, enfim, de tudo um pouco, sempre de maneira muitíssimo exagerada, descarada e, na maioria das vezes, sem graça! Muita gente no cinema estava se matando de rir, eu e o Rô, infelizmente – ou felizmente – não!

Pontos positivos, afinal, a gente tem que sempre achá-los, liberdade de expressão e crítica a certas coisas que costumam ser exaltadas na sociedade contemporânea que, de fato, não são nenhum pouco legais. Bizarrices “ubber”: cena dele fazendo a brincadeira do helicóptero com seu respectivo “piu-piu” e a do sexo oral com um espírito.

Demais para mim... Aliás, “demenos”.



Brüno
Brüno
EUA, 2009, 83 min
Direção: Dan Mazer
Roteiro e Produção: Sacha Baron Cohen

7 de outubro de 2009

Bom para os nervos


Se tem um diretor que morro de paixão é o espanhol Pedro Almodóvar. Confesso que morri de inveja vendo o Rafael Cortez entrevistando meu querido lá em Cannes para o CQC, juro que nesta hora o que mais quis foi ter seguido minha carreira de jornalista, de fato. Mas enfim, cá estou, ainda guardando um pedacinho da profissão e mim.

Os filmes de Almodóvar são feitos de cores fortes, paixões de todos os tipos e de exageros que preenchem a tela de requintado humor e sensações. Muitos deles conversam entre si, têm identidade, têm forma, diria até que gosto e cheiro!

Mas para não falar de tudo ao mesmo tempo, escolho um que revi neste final de semana e que considero quase que o melhor (quase pois sou pisciana e morro de dúvida profunda!): Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos. O filme, rodado em Madri, traz a história de uma atriz/dubladora espanhola Pepa Marcos (Carmen Maura) que acaba de ser abandonada pelo amante Ivan (Fernando Guillé) e, sabendo que ele está prestes a viajar e com uma descoberta inesperada, corre atrás dele para descobrir o motivo pelo qual ele a deixou.

Enquanto tenta desvendar o mistério, histórias paralelas vão se interligando formando uma trama engraçadíssima e bem feminina. É o filho de Ivan, Carlos (Antonio Banderas – novinho, novinho e novinho) que aparece para alugar o apartamento de Pepa, sem saber quem é ela, uma amiga que se envolveu com terroristas xiitas, a mulher louca Lucia e a nova amante de Ivan.

Apesar de Ivan ser o motivo, as mulheres é que dão o ritmo ao filme do começo ao fim.

É leve, rende boas risadas, enche os olhos com a explosão de cores e é Almodóvar!!!!

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios
Espanha, 1988, 90 minutos
Direção e Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Carmen Maura, Fernando Guillé e Antonio Bandeiras