11 de setembro de 2009

Coraline e seus botões

Falando em animação e Alice no País das Maravilhas, agora já em DVD, Coraline e o Mundo Secreto, um longa que não sei se chamou muita a atenção por aqui, mas em Londres ficou em cartaz um tempão, é um filme com um humor negro bem interessante. Talvez tenha feito muito sucesso por lá pois o filme é baseado em uma novela premiada (Bram Stoker Award, de 2002, e Hugo Award e Nebula Award, em 2003) de terror homônima de um autor britânico, Neil Gaiman.

Coraline Jones é uma menina que muda com seus pais para uma antiga e enorma casa, o Palácio Cor-de-Rosa. Por lá ela conhece um estranho gato preto e Wybie, um garotinho bem esquisito, que tem muito medo da casa pois, segundo sua avó, a irmã dela foi uma vez ao palácio e de lá nunca mais voltou. Com pais sempre super atarefados, sem tempo para lhe dar atenção e, até mesmo, preparar uma boa refeição, Coraline começa a a explorar todas as portas do local e se depara com uma que lhe dá acesso para um outro mundo. Nesta realidade paralela ela se vê na mesma casa, mas com tudo do jeito que sonha, com pais igualzinhos fisicamente, com exceção de botões pregados no lugar de olhos, porém carinhosos e muito atenciosos.

Coraline se encanta com a nova realidade, mas logo vê que para ficar ali o preço que lhe cobrarão será alto demais e o mundo de magia começa a desmoronar.

Olhos de botão, gato que fala, ratos de circo, cachorros empalhados, hum, este filme não é exatamente infantil. Como disse, o humor negro pode ser um pouco assustador para os pequenos, mas o surrealismo é fascinante para os maiores, algumas boas semelhanças com as Maravilhas, não tão maravilhosas assim, de Alice.

A animação é no formato stop-motion, que utiliza modelos reais e diversos tipos de materiais, como a famosa massinha – aquela dos desenhinhos da TV Cultura de quando éramos pequenos, lembram-se? -, assim como Noiva Cadáver (uma hora falo desta animação também), de Tim Burton. Adoro este tipo de efeito, os personagens ganham vida diferente tanto dos desenhos comuns quanto dos em 3D, parece mais “caseiro”.

Este filme é encantador, vale correr para alugar!

Pronto, agora estou mais que eufórica para assistir Alice!!!

Coraline e o Mundo Secreto
Coraline
EUA, 2009 – 100 min
Direção: Henry Selick
Roteiro: Henry Selick; Neil Gaiman
Elenco: Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders, Dwan French e Ian McShane.

10 de setembro de 2009

Para ficar UP



Adoro desenhos, animações, quadrinhos, mas alguns são demais da conta e assisti-los em 3D então, é melhor ainda!

Up – Altas Aventuras é demais! A nova animação da Disney/Pixar é um show de cores, bom humor e personagens fofos, como sempre! Mas este é o primeiro filme deles feito originalmente em terceira dimensão, pelo que vi, ainda não 100%, parece que o primeiro inteirinho será Alice no País das Maravilhas, com direção de Tim Burton, que estréia no ano que vem. Com direção de Pete Docter, o mesmo do engraçadíssimo Monstros S.A., o filme foi a primeira animação a abrir o Festival de Cannes.

Vamos à história! Fã do desbravador Charles Muntz desde pequenininho, Carl é um jovem que sonha com milhares de aventuras. Apaixona-se por Elle, uma garotinha sensacional com um espírito aventureiro ainda maior que o dele. Casam-se e nutrem o sonho de morar em um lugar exótico, composto por roxas e cachoeiras na América Latina. Porém, as aventuras vão ficando um pouco de lado por conta das “chatices” burocráticas da vida e vão envelhecendo.

Elle falece e Carl, inevitavelmente, fica rabugento e solitário. Um mega empreendimento imobiliário quer comprar a sua casa, o que o deixa ainda mais incomodado e a possibilidade de ir parar em um asilo, então, é o fim. O velhinho decide tentar realizar o sonho de sua amada e amarra milhares de balões de gás na casa para transformá-la em um balão gigante e chegar até lá. Mas ele não contava com um acompanhante ilustre nesta jornada, o pequeno Russel – personagem genial, que estava apenas atrás da última medalha para completar sua faixa de escoteiro, a de ajudar algum idoso.

Diversão certa! Dica: não chegue tarde para assisti-lo, a animação que passa antes de começar o filme é ótima! Desta vez é sobre cegonhas e bebês.

Não vejo a hora de assistir outra animação em 3D de novo! O preço do ingresso é salgado, mas é divertidíssimo!

UP – Altas Aventuras
UP
EUA, 2009 – 96 min
Animação
Direção: Pete Docter

1 de setembro de 2009

Verão Francês

Para começar, nada melhor do que o último filme visto e adorado, Horas de Verão (L’Heure d’été, França, 2008). Com roteiro e direção de Olivier Assayas (confesso que este nome não me era muito familiar, mas dei uma investigada e ele foi um dos diretores que fizeram curtas para o Paris, Te amo!, de 2006 – uma hora escrevo sobre este filme!), o filme é sutilmente intenso.
Alguns meses são retratados neste filme, mas a estação predominante, como já indica o nome, é o verão. Um verão de encontros e despedidas em uma charmosa casa de campo, a 50 minutos de Paris, repleta de história do passado.
Helène (Edith Scob), comemorando seus 75 anos, é a guardiã de um legado de um pintor, Paul Berthier, seu tio-avô. Na comemoração de seu aniversário, Hèlene conversa com seu filho mais velho, Frédéric (Charles Berling), o único que ainda vive na França, para falar de seu testamento, o que não agrada muito ao filho. Os outros dois filhos, Adrienne (Juliette Binoche – ADORO!) e Jérémie (Jérémie Renier) já não têm nada a ver com o país, a não ser pela mãe, irmão e a casa, a primeira é artista nos EUA e o segundo, executivo de uma empresa com negócios em Pequim.
Com os rumos diferentes tomados por todos, preservar as memórias na ausência da matriarca mostra que o tempo não pára, inevitavelmente, passam-se as horas, os verões... O filme é uma belíssima e deliciosa reflexão sobre o tempo, sobre as histórias, sobre a vida que flui, sobre o passado que se dilui no tempo e no espaço.
A simplicidade e naturalidade das cenas chamam a atenção. Os méritos para tal ficaram especialmente para o diretor de fotografia Eric Gautier, considerado por alguns críticos como o melhor operador de câmera em atividade no cinema mundial, tendo assinado filmes como Diários de Motocicleta, Santos e Demônios e o estonteante (na minha modesta opinião) Na Natureza Selvagem.
Para mim, ver um filme francês tão recheado de arte logo após minha volta da Europa foi um imenso prazer. Ouvir falar sobre Jean-Baptiste Camille Corot, também pintor francês, logo após ter presenciado uma exposição em sua homenagem na National Gallery, em Londres, foi de encher o coração de nostalgia e alegria.
Recomendo muito. Ainda está em cartaz!
Horas de Verão
L’Heure d’été
França, 2008 – 103 min
Drama
Roteiro e Direção: Olivier Assayas
Elenco:
Charles Berling, Dominique Reymond, Edith Scob, Isabelle Sadoyan, Jérémie Renier, Juliette Binoche.

Hoje é dia de cinema!


Há alguns anos penso nisso, mas a correria, as milhares de outras coisas, a preguiça, enfim, alguns obstáculos, me impediram de dar continuidade. Mas agora o blog está criado e o primeiro post sendo publicado. Ufa!

O cinema sempre fez parte de minha vida afinal, todos nós adoramos a telona ou um bom filminho com pipoca em casa, mas nos últimos anos virou paixão para mim. Há alguns anos, fiz curso com Inácio Araújo, crítico da Folha de S. Paulo, e, depois disso, o interesse só cresceu, mesmo que em meio a tantos outros interesses.

Cinema é pura arte. Expressão. Minha válvula de escape desta vida tão doida.

Como vivo assistindo e vivo dando dicas para um e para outro sobre o assunto, resolvi que era hora de colocá-las no papel, ops, em um blog. Para mim, para os amigos, para quem quiser ler, sem qualquer pretensão de ser uma brilhante crítica, ou que todos concordem comigo...

Afinal, arte pede diferentes interpretações, sempre, quanto mais, melhor!

Espero que gostem!