22 de dezembro de 2009

Woodstock de Ang Lee

Aconteceu em Woodstock, filme baseado no livro Taking Woodstock: A True Story of a Riot, A Concert, and A Life, se propõe a contar uma história diferente deste imenso festival que mobilizou milhões de pessoas no final da década de 60, meio que a história dos bastidores. Elliot Tiber (Demetri Martin) buscando salvar o super “resort” de sua família, leva o festival para a cidadezinha de White Lake, no interior de Nova Iorque, na qual era presidente da câmara de comércio, indo contra a vontade de quase todos os moradores.


Com direção de Ang Lee (Brokeback Mountain e Hulk) o filme tem um ritmo interessante, com ambientação gostosa, excelentes cenas e fotografia e personagens divertidos. Porém, entre milhões de hippies, paz e amor, artistas, trânsito, lama, baseados e alucinógenos, chega uma certa hora que o roteiro começa a se arrastar e acaba, em minha opinião, se juntando a um destes típicos filmes americanos com “moral da história”. Moral da história para o Woodstock? Hum, para mim não combina muito...

Para um festival de música também faltou música, mesmo que a intenção fosse manter o foco nos bastidores e no protagonista, ainda assim, senti falta disso.

Enfim, boa diversão!

Aconteceu em Woodstock
Taking Woodstock
EUA, 2009 – 120 min
Drama/Comédia
Direção: Ang Lee
Roteiro: James Schamus, Elliot Tiber (livro, Tom Monte (livro)
Elenco: Demetri Martin. Henry Goodman, Imelda Staunton, Emile Hirsch, Eugene Levy, Jonathan Groff, Mamie Gummer, Jeffrey Dean Morgan

27 de outubro de 2009

Mostra de cinema de SP

Minha gente, ainda não consegui ver nenhum filme da 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas recomendo! Se tiverem com um tempinho, tem muito filme bom, destes que não entram no circuito nem agora nem nunca, portanto, vale aproveitar: http://www.mostra.org/.

Se achar algum que interesse já compre logo, pois é quase sempre impossível comprar ingresso para estes filmes em cima da hora. Logo escrevo mais, espero que sobre algum filme da Mostra...

15 de outubro de 2009

Obrigada, Tarantino!

Sempre que um grande diretor lança um filme fico com medo de assisti-lo por sempre achar que posso me decepcionar demais por conta das outras sensacionais obras. Mas não, desta vez Tarantino só me deixou mais apaixonada por seu jeito louco e nerd de ser em seu Bastardos Inglórios. Louco e nerd pois ele mistura épocas, escolas e estilos diferentes de fazer cinema que deixa muito claro o quanto ele analisa e estuda esta arte.


O filme tem como tema central a França ocupada pelos nazistas em busca de judeus e está dividido em capítulos. O primeiro, diria que quase que o melhor (lá vem a dúvida de novo), mostra a execução de uma família de judeus pelas mãos do coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz, que rouba a cena de outros grandes atores o filme inteiro), deixando para traz apenas a jovem Shosanna Dreyfus (Mélaine Laurent). Ela foge para Paris e cria uma nova identidade como dona de um cinema. Paralelamente, o tenente americano Aldo Raine (Brad Pitt) reúne um grupo de bizarros soldados judeus para atormentar os nazistas, conhecidos como Os Bastardos. Shosanna quer vingança, Os Bastardos, derrubar os líderes do Terceiro Reich, e as histórias se encontram no mencionado cinema.

Sim, tem muito sangue no filme, cenas que causam uma certa náusea, mas o humor negro é espetacular, assim como seus personagens bem estereotipados. Além de Landa, com seu vilão ladrão de cena, Brad Pitt está impagável como um americano caipirão (as caretas e as poucas palavras ditas em italiano então, são de quase chorar de rir – ADORO Pitt em filmes de humor requintado, como o Queime Depois de Ler). Laurent também faz de seu personagem grandioso. Hitler e Joseph Goebbels, o Ministro do Povo e da Propaganda na Alemanha Nazista, também ganharam personagens bastante estereotipados, mesmo que secundários.

Para quem gosta de Tarantino (entre outros, Cães de Aluguel, Pulp Fiction e Kill Bill 1 e 2) vale muito mais que a pena, para quem não gosta muito daquela tela cheia de sangue, vale se esforçar pois o filme é bem feito, o tema e o roteiro são bem interessantes e os personagens são ótimos!


Bastardos Inglórios
Inglourious Basterds
EUA, 2009 - 153 min
Direção e roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Michael Fassbender, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Gedeon Burkhard, Jacky Ido, B.J. Novak, Omar Doom, August Diehl, Denis Menochet

8 de outubro de 2009

Brüno: graça sem graça

Confesso, estou longe de ser uma pessoa muitíssimo bem humorada e ainda mais longe de achar muita graça em coisas que acho muito estúpidas e inúteis. Então ficamos assim, se você costuma adorar comédia descarada, exploração do humor até as últimas conseqüências, desconsidere esta minha crítica, mas se não gosta muito de perder tempo com certas coisas... Vamos lá!

Já começo dizendo que não, não assisti, Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (EUA, 2006), aclamado pela crítica e pela maioria dos meus amigos homens – afinal homem costuma ter “mais” humor para estas coisas -, com roteiro do comediante Sacha Baron Cohen e com direção de Larry Charles, portanto, não tenho como fazer uma comparação entre este e o recém lançado Brüno, do mesmo comediante. Decidi assistir a este filme por pura curiosidade, uma vez que durante o período de estadia em Londres o filme era febre, via cartazes por todos os lados, claro que muito por marketing do sucesso do filme anterior e por ele ser um ator inglês.

Mas Brüno é um filme que, definitivamente, me deixou com a sensação de mal investimento de dinheiro e desperdício do fim de tarde do domingo com o namorado. Mais uma vez como roteirista e protagonista, Cohen agora é um repórter de TV austríaca com estereótipo de gay super exagerado que perde seu emprego e resolve tentar a vida nos EUA. Tira sarro de héteros, de homos, das bizarrices do mundo fashion, do conservadorismo, dos judeus, enfim, de tudo um pouco, sempre de maneira muitíssimo exagerada, descarada e, na maioria das vezes, sem graça! Muita gente no cinema estava se matando de rir, eu e o Rô, infelizmente – ou felizmente – não!

Pontos positivos, afinal, a gente tem que sempre achá-los, liberdade de expressão e crítica a certas coisas que costumam ser exaltadas na sociedade contemporânea que, de fato, não são nenhum pouco legais. Bizarrices “ubber”: cena dele fazendo a brincadeira do helicóptero com seu respectivo “piu-piu” e a do sexo oral com um espírito.

Demais para mim... Aliás, “demenos”.



Brüno
Brüno
EUA, 2009, 83 min
Direção: Dan Mazer
Roteiro e Produção: Sacha Baron Cohen

7 de outubro de 2009

Bom para os nervos


Se tem um diretor que morro de paixão é o espanhol Pedro Almodóvar. Confesso que morri de inveja vendo o Rafael Cortez entrevistando meu querido lá em Cannes para o CQC, juro que nesta hora o que mais quis foi ter seguido minha carreira de jornalista, de fato. Mas enfim, cá estou, ainda guardando um pedacinho da profissão e mim.

Os filmes de Almodóvar são feitos de cores fortes, paixões de todos os tipos e de exageros que preenchem a tela de requintado humor e sensações. Muitos deles conversam entre si, têm identidade, têm forma, diria até que gosto e cheiro!

Mas para não falar de tudo ao mesmo tempo, escolho um que revi neste final de semana e que considero quase que o melhor (quase pois sou pisciana e morro de dúvida profunda!): Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos. O filme, rodado em Madri, traz a história de uma atriz/dubladora espanhola Pepa Marcos (Carmen Maura) que acaba de ser abandonada pelo amante Ivan (Fernando Guillé) e, sabendo que ele está prestes a viajar e com uma descoberta inesperada, corre atrás dele para descobrir o motivo pelo qual ele a deixou.

Enquanto tenta desvendar o mistério, histórias paralelas vão se interligando formando uma trama engraçadíssima e bem feminina. É o filho de Ivan, Carlos (Antonio Banderas – novinho, novinho e novinho) que aparece para alugar o apartamento de Pepa, sem saber quem é ela, uma amiga que se envolveu com terroristas xiitas, a mulher louca Lucia e a nova amante de Ivan.

Apesar de Ivan ser o motivo, as mulheres é que dão o ritmo ao filme do começo ao fim.

É leve, rende boas risadas, enche os olhos com a explosão de cores e é Almodóvar!!!!

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios
Espanha, 1988, 90 minutos
Direção e Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Carmen Maura, Fernando Guillé e Antonio Bandeiras

11 de setembro de 2009

Coraline e seus botões

Falando em animação e Alice no País das Maravilhas, agora já em DVD, Coraline e o Mundo Secreto, um longa que não sei se chamou muita a atenção por aqui, mas em Londres ficou em cartaz um tempão, é um filme com um humor negro bem interessante. Talvez tenha feito muito sucesso por lá pois o filme é baseado em uma novela premiada (Bram Stoker Award, de 2002, e Hugo Award e Nebula Award, em 2003) de terror homônima de um autor britânico, Neil Gaiman.

Coraline Jones é uma menina que muda com seus pais para uma antiga e enorma casa, o Palácio Cor-de-Rosa. Por lá ela conhece um estranho gato preto e Wybie, um garotinho bem esquisito, que tem muito medo da casa pois, segundo sua avó, a irmã dela foi uma vez ao palácio e de lá nunca mais voltou. Com pais sempre super atarefados, sem tempo para lhe dar atenção e, até mesmo, preparar uma boa refeição, Coraline começa a a explorar todas as portas do local e se depara com uma que lhe dá acesso para um outro mundo. Nesta realidade paralela ela se vê na mesma casa, mas com tudo do jeito que sonha, com pais igualzinhos fisicamente, com exceção de botões pregados no lugar de olhos, porém carinhosos e muito atenciosos.

Coraline se encanta com a nova realidade, mas logo vê que para ficar ali o preço que lhe cobrarão será alto demais e o mundo de magia começa a desmoronar.

Olhos de botão, gato que fala, ratos de circo, cachorros empalhados, hum, este filme não é exatamente infantil. Como disse, o humor negro pode ser um pouco assustador para os pequenos, mas o surrealismo é fascinante para os maiores, algumas boas semelhanças com as Maravilhas, não tão maravilhosas assim, de Alice.

A animação é no formato stop-motion, que utiliza modelos reais e diversos tipos de materiais, como a famosa massinha – aquela dos desenhinhos da TV Cultura de quando éramos pequenos, lembram-se? -, assim como Noiva Cadáver (uma hora falo desta animação também), de Tim Burton. Adoro este tipo de efeito, os personagens ganham vida diferente tanto dos desenhos comuns quanto dos em 3D, parece mais “caseiro”.

Este filme é encantador, vale correr para alugar!

Pronto, agora estou mais que eufórica para assistir Alice!!!

Coraline e o Mundo Secreto
Coraline
EUA, 2009 – 100 min
Direção: Henry Selick
Roteiro: Henry Selick; Neil Gaiman
Elenco: Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders, Dwan French e Ian McShane.

10 de setembro de 2009

Para ficar UP



Adoro desenhos, animações, quadrinhos, mas alguns são demais da conta e assisti-los em 3D então, é melhor ainda!

Up – Altas Aventuras é demais! A nova animação da Disney/Pixar é um show de cores, bom humor e personagens fofos, como sempre! Mas este é o primeiro filme deles feito originalmente em terceira dimensão, pelo que vi, ainda não 100%, parece que o primeiro inteirinho será Alice no País das Maravilhas, com direção de Tim Burton, que estréia no ano que vem. Com direção de Pete Docter, o mesmo do engraçadíssimo Monstros S.A., o filme foi a primeira animação a abrir o Festival de Cannes.

Vamos à história! Fã do desbravador Charles Muntz desde pequenininho, Carl é um jovem que sonha com milhares de aventuras. Apaixona-se por Elle, uma garotinha sensacional com um espírito aventureiro ainda maior que o dele. Casam-se e nutrem o sonho de morar em um lugar exótico, composto por roxas e cachoeiras na América Latina. Porém, as aventuras vão ficando um pouco de lado por conta das “chatices” burocráticas da vida e vão envelhecendo.

Elle falece e Carl, inevitavelmente, fica rabugento e solitário. Um mega empreendimento imobiliário quer comprar a sua casa, o que o deixa ainda mais incomodado e a possibilidade de ir parar em um asilo, então, é o fim. O velhinho decide tentar realizar o sonho de sua amada e amarra milhares de balões de gás na casa para transformá-la em um balão gigante e chegar até lá. Mas ele não contava com um acompanhante ilustre nesta jornada, o pequeno Russel – personagem genial, que estava apenas atrás da última medalha para completar sua faixa de escoteiro, a de ajudar algum idoso.

Diversão certa! Dica: não chegue tarde para assisti-lo, a animação que passa antes de começar o filme é ótima! Desta vez é sobre cegonhas e bebês.

Não vejo a hora de assistir outra animação em 3D de novo! O preço do ingresso é salgado, mas é divertidíssimo!

UP – Altas Aventuras
UP
EUA, 2009 – 96 min
Animação
Direção: Pete Docter

1 de setembro de 2009

Verão Francês

Para começar, nada melhor do que o último filme visto e adorado, Horas de Verão (L’Heure d’été, França, 2008). Com roteiro e direção de Olivier Assayas (confesso que este nome não me era muito familiar, mas dei uma investigada e ele foi um dos diretores que fizeram curtas para o Paris, Te amo!, de 2006 – uma hora escrevo sobre este filme!), o filme é sutilmente intenso.
Alguns meses são retratados neste filme, mas a estação predominante, como já indica o nome, é o verão. Um verão de encontros e despedidas em uma charmosa casa de campo, a 50 minutos de Paris, repleta de história do passado.
Helène (Edith Scob), comemorando seus 75 anos, é a guardiã de um legado de um pintor, Paul Berthier, seu tio-avô. Na comemoração de seu aniversário, Hèlene conversa com seu filho mais velho, Frédéric (Charles Berling), o único que ainda vive na França, para falar de seu testamento, o que não agrada muito ao filho. Os outros dois filhos, Adrienne (Juliette Binoche – ADORO!) e Jérémie (Jérémie Renier) já não têm nada a ver com o país, a não ser pela mãe, irmão e a casa, a primeira é artista nos EUA e o segundo, executivo de uma empresa com negócios em Pequim.
Com os rumos diferentes tomados por todos, preservar as memórias na ausência da matriarca mostra que o tempo não pára, inevitavelmente, passam-se as horas, os verões... O filme é uma belíssima e deliciosa reflexão sobre o tempo, sobre as histórias, sobre a vida que flui, sobre o passado que se dilui no tempo e no espaço.
A simplicidade e naturalidade das cenas chamam a atenção. Os méritos para tal ficaram especialmente para o diretor de fotografia Eric Gautier, considerado por alguns críticos como o melhor operador de câmera em atividade no cinema mundial, tendo assinado filmes como Diários de Motocicleta, Santos e Demônios e o estonteante (na minha modesta opinião) Na Natureza Selvagem.
Para mim, ver um filme francês tão recheado de arte logo após minha volta da Europa foi um imenso prazer. Ouvir falar sobre Jean-Baptiste Camille Corot, também pintor francês, logo após ter presenciado uma exposição em sua homenagem na National Gallery, em Londres, foi de encher o coração de nostalgia e alegria.
Recomendo muito. Ainda está em cartaz!
Horas de Verão
L’Heure d’été
França, 2008 – 103 min
Drama
Roteiro e Direção: Olivier Assayas
Elenco:
Charles Berling, Dominique Reymond, Edith Scob, Isabelle Sadoyan, Jérémie Renier, Juliette Binoche.

Hoje é dia de cinema!


Há alguns anos penso nisso, mas a correria, as milhares de outras coisas, a preguiça, enfim, alguns obstáculos, me impediram de dar continuidade. Mas agora o blog está criado e o primeiro post sendo publicado. Ufa!

O cinema sempre fez parte de minha vida afinal, todos nós adoramos a telona ou um bom filminho com pipoca em casa, mas nos últimos anos virou paixão para mim. Há alguns anos, fiz curso com Inácio Araújo, crítico da Folha de S. Paulo, e, depois disso, o interesse só cresceu, mesmo que em meio a tantos outros interesses.

Cinema é pura arte. Expressão. Minha válvula de escape desta vida tão doida.

Como vivo assistindo e vivo dando dicas para um e para outro sobre o assunto, resolvi que era hora de colocá-las no papel, ops, em um blog. Para mim, para os amigos, para quem quiser ler, sem qualquer pretensão de ser uma brilhante crítica, ou que todos concordem comigo...

Afinal, arte pede diferentes interpretações, sempre, quanto mais, melhor!

Espero que gostem!